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Estudo anuncia cura funcional da Aids


Tanto esta pesquisa como a cura de um bebê divulgada recentemente dão indícios de que o tratamento imediato após o contágio do vírus HIV pode fornecer melhores resultados



Um estudo francês dá pistas de que a intervenção e o tratamento precoce em pessoas que foram contagiadas pelo vírus HIV levam à “cura funcional” da doença. O estudo foi realizado com 14 pacientes e estes, mesmo tendo parado o tratamento, permaneceram saudáveis durante anos.
Esta notícia vem à tona duas semanas depois da divulgação da cura funcional da Aids em um bebê. Em relação aos adultos da pesquisa francesa, eles ainda continuam carregando pequenos reservatórios do vírus no corpo, mas não apresentam mais sintomas da doença.
O estudo foi realizado por pesquisadores do Instituto Pasteur, na França, coordenados por Asier Sáez-Cirió. Nele, os 14 adultos monitorados receberam medicamentos de combate ao vírus dentro de 10 semanas após terem sido infectados pelo HIV. Três anos mais tarde, o tratamento foi interrompido e os remédios foram retirados.
De um modo geral, os adultos analisados mantiveram a carga viral controlada durante uma média de 7 anos e meio depois, sem precisar utilizar nenhum medicamento. Atualmente, mesmo com traços de HIV no sangue, os níveis são tão baixos que o corpo consegue mantê-los controlados.
Todos os participantes do estudo moram na França e têm entre 34 e 66 anos e foram infectados entre os anos 1990 ou 2000. Uma vez que foram selecionados aleatoriamente para o estudo, não está determinado qual a porcentagem que representam da população.
A grande dificuldade em lidar com o HIV após a infecção é que o vírus estabelece reservatórios em células hospedeiras, nas quais ficam ocultos, mas retornam. Há apenas uma pequena parcela de pessoas com Aids, menos de 1% delas, na qual o vírus consegue desaparecer sem a ajuda de tratamento. Estes são os “controladores de HIV” que, espontaneamente, conseguem manter o nível do vírus. O estudo da França revela que parece haver também um outro grupo de pessoas, aos quais os pesquisadores chamaram de “controladores de elite” ou “controladores pós-tratamento”. Estes conseguem controlar o nível do vírus mesmo com o tratamento interrompido.
Embora se saiba que o tratamento rápido não funciona para todos, o estudo da França reforça a importância da intervenção medicamentosa ser iniciada o quanto antes, já que parece reduzir os reservatórios virais, preservar as respostas imunes dos pacientes e protegê-los da ativação imune crônica.


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